Continua. A qualquer momento está aí à tua frente... Então já estás de novo a sorrir. Tal e qual como é. Continua

Friday, October 13, 2006

Portugal nos tempos que correm - O Velho do Restelo


Enquanto passeava por Belém, essa zona que me trás sempre um sabor a mar e de epopeia dos descobrimentos não pude ficar indiferente perante a imagem que aqui exponho.

Nesse momento vi ali bem há minha frente o Velho do Restelo.

Creio que existem ainda muitos aqui neste país á beira mar plantado

Fica aqui um excerto do canto IV dos Lusíadas de Luis Vaz de Camões:

(Deixo ao teu critério fazer a análise desse personagem)


94
"Mas um velho d'aspeito venerando,
Que ficava nas praias, entre a gente,
Postos em nós os olhos, meneando
Três vezes a cabeça, descontente,
A voz pesada um pouco alevantando,
Que nós no mar ouvimos claramente,
C'um saber só de experiências feito,
Tais palavras tirou do experto peito:



95
- "Ó glória de mandar! Ó vã cobiça
Desta vaidade, a quem chamamos Fama!
Ó fraudulento gosto, que se atiça
C'uma aura popular, que honra se chama!
Que castigo tamanho e que justiça
Fazes no peito vão que muito te ama!
Que mortes, que perigos, que tormentas,
Que crueldades neles experimentas!

96
- "Dura inquietação d'alma e da vida,
Fonte de desamparos e adultérios,
Sagaz consumidora conhecida
De fazendas, de reinos e de impérios:
Chamam-te ilustre, chamam-te subida,
Sendo dina de infames vitupérios;
Chamam-te Fama e Glória soberana,
Nomes com quem se o povo néscio engana!



97
- "A que novos desastres determinas
De levar estes reinos e esta gente?
Que perigos, que mortes lhe destinas
Debaixo dalgum nome preminente?
Que promessas de reinos, e de minas
D'ouro, que lhe farás tão facilmente?
Que famas lhe prometerás? que histórias?
Que triunfos, que palmas, que vitórias?

Os Lusíadas, Canto IV, 94-97

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1 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Ó mar salgado, eu sou só mais um....

8:10 PM

 

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